2 de abril de 2008

Avalanche de palavras


Não gosto da idéia de diário. Não que eu tenha algo contra. Não, não é isso. É que não quero ter que escrever diariamente. Mas, se porventura, acontecer, que não seja como um diário, porque essa não é a intenção.

Prefiro deixar as idéias fluírem, as sensações aparecerem, os fatos ocorrerem, sem ter que necessariamente ter que escrever. Quero escrever quando uma vontade súbita surgir. Que eu deixe as palavras emergirem naturalmente.

Passo dias sem escrever. Branco total. Mas tem dias, como hoje, em que me inunda uma avalanche de palavras, como uma chuva torrencial que sai devastando tudo pela frente. Penso não conseguir dar conta e acho que vou me afogar. Uma imensidão de nomes, pronomes, verbos, artigos, substantivos e adjetivos.

São tantas e diversas que elas se embaralham, se fundem, confundem. E fico sem conseguir separá-las, dividí-las, relacioná-las, rimá-las. Mas pra quê dividir? Se é na mistura que elas ficam mais interessantes, instigantes, intrigantes. Para melhor compreender; o leitor. Ou para me entender melhor.

É tão intenso que perco a atenção do que estou fazendo na hora e páro no ar. Preciso anotar rápido tópicos, trechos ou palavras-chave para não perdê-las. Seja na rua, no ônibus, ou até dormindo dá aquele estalo. Se não anoto, elas escapam, escorregam, escoem, fogem. E viram palavras ao vento, ficando a relento.

Um comentário:

Fausto Mattos disse...

Sei como é isso. Às vezes me vem tantas coisas que não dou conta de escrever.Mas nesse aspecto sou um pouco diferente de vc. Não anoto o que me chega, nem registro pra lembrar depois, simplesmente deixo, pois aos poucos vou novamente relembrando o que passou e até me permito ter um novo olhar sobre o mesmo fato do qual quero escrever.
Bjãozão.