6 de julho de 2008

Questionamento

Hoje me questionei sobre as relações humanas, sobre amizade, comportamento, tratamento entre as pessoas. E vejo cada vez mais que o sentimento puro de querer bem, de respeito e carinho estão escassos, e que estar feliz pela felicidade do outro é cada vez mais raro. Sentimos isso com aqueles a quem profundamente amamos, amamos de verdade, seja amigo, familiar ou qualquer outra pessoa que admiramos e gostamos pelo simples fato de gostar.

Entretanto, a questão aqui é a amizade. Quando o amigo que você gosta te entristece e a outros sempre com a mesma atitude, então algo está errado. Quando o que incomoda para um é exposto para o outro, acredito que a melhor forma de se resolver é através do diálogo. Se mesmo assim o comportamento persiste, então me questiono:

Até que ponto seu amigo gosta de você de verdade?
Será que é seu amigo mesmo?
Será que realmente quer te ver feliz ou tem inveja da sua felicidade?
Vale a pena continuar com essa amizade?

Acredito na amizade verdadeira. Mas essa amizade é rara, contamos nos dedos os verdadeiros amigos que temos. Mas como as pessoas são passíveis de erros, assim como ficam felizes pelo outro, também sentem inveja, machucam, ferem, mesmo que sem querer. Por trás de uma fala ou atitude podem existir pensamentos, sentimentos e carências que inconscientemente não foram trabalhados, e não me cabe aqui entrar em questões psicológicas que não tenho conhecimento.

Acho que quando um machuca o outro, os dois lados devem refletir suas posturas, se questionar se sua visão é egoísta ou se realmente está enxergando a questão. Entretanto, existem regras sociais subliminares que fazem com que a atitude de um seja criticada ou rejeitada pelos outros.

E qual lado está correto? Existe lado correto?

O fato é que as relações sociais diariamente sofrem aprovações e reprovações por parte da sociedade e ninguém está livre de julgamentos. Quando gosto de alguém e respeito uma pessoa, tenho como princípio tentar não magoá-la, mesmo achando que possa está certa, mesmo achando que deixo de ser um pouco eu para não magoar a outra pessoa, pois as relações são trocas, e sofrem exigências e abdicações. Só não acredito numa abdicação total de si mesmo, pois perde-se a identidade, ou por outro lado, há uma incompatibilidade total de gênios e um não dá certo com o outro.

Cresci através de amigos e familiares que me elogiavam e me criticavam como forma de amadurecer. Acredito mais na crítica construtiva do que no elogio exacerbado. E quando a esmola é demais, o santo desconfia.

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